Boa Noite Notívagos...Se você assim como Eu, é Fascinado Pela Cultura Asiática, Você Precisa conhecer a Liberdade,um Dia passeado pelas Ruas do Bairro Da Liberdade,vão te deixar ainda mais Encantado Por essa Cultura Milenar e Extraordinaria. Liberdade é um bairro
turístico situado na zona central do município de São Paulo pertencente em
parte ao distrito da Liberdade e em parte ao distrito da Sé. É conhecido como o
maior reduto da comunidade japonesa no município, comunidade esta que é considerada
a maior do mundo fora do Japão. No século XIX, o bairro era conhecido como
Bairro da Pólvora, em referência à Casa da Pólvora, construída em 1754 no largo
da Pólvora. Era uma região periférica da cidade, e ficava no caminho entre o
Centro da cidade de São Paulo e o então município de Santo Amaro. No bairro, se
localizava o largo da Forca, assim nomeado em função da presença de uma forca
que era utilizada para a execução da pena de morte. A forca havia sido
transferida da rua Tabatinguera em 1604 a pedido dos religiosos do Convento do
Carmo e funcionou até 1870. A partir de então, o largo passou a se chamar Largo
da Liberdade, e o nome se estendeu a todo o bairro. Existem duas versões para a
adoção do nome "Liberdade"ː uma diz que é uma referência a um levante
de soldados que reivindicavam o aumento de seus salários à coroa portuguesa em
1821, e que teria resultado no enforcamento dos soldados Chaguinhas e
Cotindiba. O público que acompanhava a execução, ao ver que as cordas que
prendiam Chaguinhas arrebentaram várias vezes, teria começado a gritar
"liberdade, liberdade". Outra versão diz que o nome Liberdade é uma
referência à abolição da escravidão.
Em 1779, próximo ao
então largo da Forca, foi instalado o primeiro cemitério público aberto da
cidade, destinado a enterrar indigentes e condenados à forca. O cemitério
funcionou até 1858, quando foi inaugurado o cemitério da Consolação em terras
doadas pela Marquesa de Santos. Conhecido atualmente por ser um bairro de orientais,
a Liberdade era, originalmente, um bairro de negros. Abrigou organizações de
ex-escravos e seus descendentes, como a Frente Negra Brasileira e, mais tarde,
o Paulistano da Glória, que foi um sindicato de domésticas que virou escola de
samba e era liderado pelo sambista Geraldo Filme. Durante o século XIX,
imigrantes portugueses e italianos construíram sobrados que, com o tempo,
viraram pensões e repúblicas que seriam habitadas, nas primeiras décadas do
século XX, por imigrantes japoneses. A presença japonesa no bairro começa
quando, em 1912, os imigrantes japoneses começaram a residir na rua Conde de
Sarzedas, ladeira íngreme, onde, na parte baixa, havia um riacho e uma área de
várzea. Um dos motivos de procurarem essa rua é que quase todos os imóveis
tinham porões, e os aluguéis dos quartos no subsolo eram incrivelmente baratos.
Nesses quartos, moravam apenas grupos de pessoas. Para aqueles imigrantes,
aquele cantinho da cidade de São Paulo significava esperança por dias melhores.
Por ser um bairro central, de lá poderiam se locomover facilmente para os
locais de trabalho.
Já nessa época,
começaram a surgir as atividades comerciais: uma hospedaria, um empório, uma
casa que fabricava tofu (queijo de soja), outra que fabricava manju (doce
japonês) e também firmas agenciadoras de empregos, formando, assim, a "rua
dos japoneses". Em 1915, foi fundada a Taisho Shogakko (Escola Primária
Taisho), que ajudou na educação dos filhos de japoneses, então em número
aproximado de 300 pessoas. Em 1932, eram cerca de 2 mil os japoneses na cidade
de São Paulo. Eles vinham diretamente do Japão e também do interior de São
Paulo, após encerrarem o contrato de trabalho na lavoura. Todos vinham em busca
de uma oportunidade na cidade. Cerca de 600 japoneses moravam na rua Conde de
Sarzedas. Outros moravam nas ruas Irmã Simpliciana, Tabatinguera, Conde do
Pinhal, Conselheiro Furtado, dos Estudantes e Tomás de Lima (hoje Mituto
Mizumoto), onde, em 1914, foi fundado o Hotel Ueji, pioneiro dos hotéis
japoneses em São Paulo. Os japoneses trabalhavam em mais de 60 atividades, mas
quase todos os estabelecimentos funcionavam para atender a coletividade nipo-brasileira. Em 12 de outubro de
1946, foi fundado o jornal São Paulo Shimbun, o primeiro no pós-guerra entre os
nikkeis. Em 1º de janeiro de 1947, foi a vez do Jornal Paulista. No mesmo ano,
foi inaugurada a Livraria Sol (Taiyodo), ainda hoje presente no bairro da
Liberdade, que passa a importar livros japoneses através dos Estados Unidos. A
agência de viagens Tunibra inicia as atividades no mesmo ano. Uma orquestra
formada pelo professor Masahiko Maruyama faz o primeiro concerto do pós-guerra
em março de 1947, no auditório do Centro do Professorado Paulista, na Avenida
Liberdade.
Em
23 de julho de 1953, Yoshikazu Tanaka inaugurou, na rua Galvão Bueno, um prédio
de 5 andares, com salão, restaurante, hotel e uma grande sala de projeção no
andar térreo, para 1 500 espectadores, batizado de Cine Niterói. Eram exibidos,
semanalmente, filmes diferentes produzidos no Japão, para o entretenimento dos
japoneses de São Paulo. A rua Galvão Bueno passa a ser o centro do bairro
japonês, crescendo ao redor do Cine Niterói, tendo recebido parte dos
comerciantes expulsos da rua Conde de Sarzedas. Era ali que os japoneses podiam
encontrar um cantinho do Japão e matar saudades da terra natal. Na sua época
áurea, funcionavam, na região, os cines Niterói, Nippon (na rua Santa Luzia atual
sede da Associação Aichi Kenjin kai), Joia (na praça Carlos Gomes hoje casa de
shows) e Tokyo (rua São Joaquim também igreja). Em abril de 1964, foi
inaugurado o prédio da Associação Cultural Japonesa de São Paulo (Bunkyô) na
esquina das ruas São Joaquim e Galvão Bueno. O ano de 1968 representou o início
das mudanças no bairro. A Diametral Leste-Oeste obrigou o Cine Niterói, marco
inicial da prosperidade do bairro, a se mudar para a esquina da Avenida
Liberdade com a Rua Barão de Iguape (atualmente no local o Hotel Barão Lu). A
rua Conselheiro Furtado, que era estreita, foi alargada, diminuindo a força
comercial do local. Além disso, com a construção da Estação Liberdade do metrô,
na década de 1970, alguns pontos comerciais da Rua Galvão Bueno e da Avenida
Liberdade desapareceram. A Liberdade deixou de ser um reduto exclusivo dos
japoneses. Muitos deixaram de residir na região, mantendo apenas seus
estabelecimentos comerciais. Com isso, o bairro passou a ser procurado também
por chineses e coreanos, o que fez com que o bairro não fosse apenas conhecido
como o "bairro japonês", mas também como o "bairro
oriental" de São Paulo. Além de lojas, restaurantes e bares orientais, o
bairro passou a oferecer outros atrativos. A Praça da Liberdade é utilizada
como palco para manifestações culturais, como o bon odori, dança folclórica
japonesa. Os palcos dos cinemas passaram a receber também artistas e
cantores japoneses.
Graças
à iniciativa da Associação da Liberdade, o bairro recebeu decoração no estilo
oriental, com a instalação de lanternas suzurantõ. Em 1973, a Liberdade foi
vencedora do concurso de decoração de ruas das festas natalinas. Em 28 de
janeiro de 1974, a Associação de Confraternização dos Lojistas passou a ser
chamada oficialmente de Associação dos Lojistas da Liberdade. Seu primeiro
presidente, Tsuyoshi Mizumoto, buscou a caracterização do bairro oriental. A
Feira Oriental passou a ser organizada nas tardes de domingo, com barracas de
comida típica e de artesanato, na Praça da Liberdade. No dia 18 de junho de
1978, por ocasião da comemoração dos 70 anos da imigração japonesa no Brasil,
iniciou-se a prática do Rádio Taissô, na praça da Liberdade. São dezenas de
pessoas que fazem uma sessão diária de ginástica. Nas décadas de 1980 e 1990,
pequenas mudanças ocorreram. As casas noturnas foram gradativamente
substituídas por karaokês, uma nova mania que começava a tomar conta do bairro.
Atualmente, o bairro é conhecido como um bairro turístico. A rua Galvão Bueno,
a rua São Joaquim e a Praça da Liberdade são pontos do bairro que transmitem
melhor a presença japonesa. O bairro atrai muitos nipo-brasileiros
pelo comércio de roupas, alimentos, utensílios, festas típicas, entre outros, atraindo também não nipodescendentes.
O Bairro Da Liberdade
ainda guarda muito da tradição japonesa e oriental através das festas típicas
que se realizam ao longo do ano segundo o calendário abaixo:
= Fevereiro: Ano-novo
chinês. No início do ano, é realizada a comemoração do ano-novo chinês. São
apresentadas manifestações culturais típicas do oriente, e são desejadas as
boas-vindas ao ano-novo.
= Abril: Hanamatsuri.
É o Festival das Flores, realizado em conjunto com a Federação das Seitas
Budistas. O desfile do grande elefante branco carregando o pequeno Buda
acontece no sábado.
= Junho: Campeonato
de sumô da Liberdade. Grande campeonato com atletas de todo o país. Realiza-se,
aqui, a seleção dos atletas juvenis que representarão o Brasil no campeonato
mundial de sumô. A arena (dohyo) e as arquibancadas são montadas em plena Praça
da Liberdade.
= Julho: Tanabata
Matsuri. É o Festival das Estrelas, realizado em conjunto com a Associação
Miyagui Kenjinkai. As principais ruas do bairro são enfeitadas com bambu e
grandes enfeites de papel simbolizando as estrelas. Os visitantes colocam um
pedaço de papel com pedidos.
= Dezembro: Toyo
Matsuri. É o Festival Oriental. Apresentação de várias manifestações culturais
do oriente. O bairro recebe o Nobori, coloridas bandeiras verticais.
= Moti Tsuki Matsuri: o
Festival de Final do Ano. O arroz é socado em pilão para a confecção do moti
(bolinho de arroz), que é distribuído aos presentes para dar boa sorte. Sempre
no dia 31 de dezembro.