Boa Noite
Notívagos...O polêmico Priorado
de Sião ou Prieuré de Sion. É uma misteriosa seita antiga, das quais se destaca
uma sociedade fraternal francesa fundada em 1956 por Pierre Plantard. De acordo
com as divulgações de Pierre Plantard recolhidas pelos autores Henry Lincoln, Michael
Baigent e Richard Leigh e publicadas na obra The Holy Blood and the Holy Grail
em 1982, o Priorado de Sião seria uma sociedade secreta fundada em Jerusalém em
1099 e que juravam proteger um segredo do Santo Graal, que hipoteticamente não
é um cálice, e sim a descendência humana de Jesus Cristo no Mundo. O Priorado
de Sião se tornou assunto de controvérsia histórica durante as décadas de 1960
e 1980. Durante o período de 1980 foi alegado pelo próprio Plantard que o
Priorado não passava de uma conspiração com o objetivo de restaurar a monarquia
francesa, porém muitos teólogos e historiadores persistem em crer que há um
segredo sob o Santo Graal que envolve o Priorado. O Priorado de Sião foi
fundado oficialmente como uma associação francesa em 20 de julho de 1956 na
comuna de Annemasse. O pedido de autorização foi efetuado em 7
de maio de 1956, na Sub-Prefeitura de Polícia de Saint-Julien-en-Genevois,
mediante uma carta assinada pelos quatro fundadores: Pierre Plantard, André
Bonhomme, Jean Deleaval e Armand Defago. A sede social estava estabelecida na
casa de Plantard em Annemasse. A escolha do nome faz referência a uma região da
cidade Annemasse denominada Mont Sion, onde os fundadores se reuniam freqüentemente.
A sociedade também fazia uso da sigla CIRCUIT que significa em francês
Chevalerie d'Instituições Règles et Catholiques d'Union Independente et
Traditionaliste que significa Cavalaria da Instituição e Regra Católica e de
União Independente Tradicionalista.
Outros estatutos do
Priorado também incluem a prestação de serviços de apoio ao Catolicismo Francês
e até mesmo os membros fundadores da sociedade se proclamavam aliados da Igreja
Católica e descreviam o Priorado como uma autêntica sociedade Católica. O
Priorado foi oficialmente dissolvido misteriosamente em Outubro de 1956, porém
revivido por Plantard entre 1961 e 1963. O Priorado de Sião é considerado
oficialmente extinto pelas autoridades francesas já que não apresenta atividade
perceptível desde a década de 1950. Segundo a Lei Francesa ninguém detém
direitos legais sobre o Priorado de Sião e com o falecer de Plantard em 2000,
nenhum cidadão francês possui direitos sobre o nome e estatuto do Priorado. De
acordo com Pierre Plantard, o principal fundador do Priorado de Sião, esta
sociedade teria contado entre os seus membros um grande número de personagens
da história parcialmente ligadas ao ocultismo, às artes e às ciências. Dentre
estes membros estão: Nicolas Flamel, Leonardo da Vinci, Isaac Newton, Claude
Debussy, Botticelli, Victor Hugo, Charles Nodier, Jean Cocteau entre outros. Segundo
Plantard, o Priorado era a organização que influenciara de forma oculta outras
sociedades como a Ordem dos Templários, a Ordem de Rosacruz e até mesmo os
Maçons. De acordo com Lincoln, Baigent e Leigh, o Santo Graal seria o
"Sangue real" de Cristo,atualmente os autores sugerem como hipótese
que a expressão "Saint Graal" seja lida como "sang real",
ou seja, a linhagem dos seus descendentes. É freqüente referida a obra de
Thomas Malory,como uma prova de que certos autores medievais teriam usado a expressão
sangreal no sentido de "Sangue real". Neste romance sobre o Graal figura
em abundância a expressão Sangreal, mas também surge por vezes a expressão saynt
greal. Deste modo, fica claro que Malory concatena por vezes as palavras Saynt
e greal para construir a expressão Sangreal, sempre com o significado de
"Santo Graal". A decomposição de Sangreal em duas palavras distintas,
Sang e Real, é uma invenção recente dos autores Lincoln, Baigent e Leigh, para
tentar obter crédito para as suas teorias acerca de uma descendência de Jesus
Cristo.
Nas temáticas do
Priorado, majoritariamente compostas por Plantard e pelo seu amigo Phillipe de
Chérisey durante os anos 1960 e 1970, encontram-se também envolvidos outros
temas e personagens históricos como a simbologia alquímica, o caso Gisors o
padre Bérenger Saunière e a lenda do tesouro de Rennes-le-Château, os pintores
Nicolas Poussin e David Teniers , o cruzado Godofredo de Bulhão, o Papa João
XXIII entre outros. Essencial na divulgação destas temáticas junto do grande
público foi o jornalista Gérard de Sède, sobretudo através das suas obras Les
templiers sont parmi nous de 1962, e L'or de Rennes de 1967. No que diz
respeito ao padre Bérenger Saunière e à lenda do tesouro de Rennes-le-Château,
Plantard e Chérisey inspiraram-se na versão romanceada da vida do padre que
fora criada por Noël Corbu a partir de 1953, ano em que este inaugurou o Hôtel
de la Tour em Rennes-le-Château, no edifício que Saunière chamara de Villa
Béthanie. Chérisey iria compor, nos anos sessenta, dois famosos
"pergaminhos" codificados. Estes pergaminhos serviriam, juntamente
com uma resenha de documentos forjados que inclui os famosos Dossiês Secretos depositada
na Biblioteca Nacional de Paris entre 1964 e 1977, para tentar legitimar
Plantard como descendente merovíngio e herdeiro do trono de França. Juntamente
com Plantard, Chérisey inspirara-se na lenda criada por Noël Corbu de que
Saunière descobrira um tesouro com a ajuda de pergaminhos codificados que
teriam sido encontrados na igreja de Santa Maria Madalena em Rennes-le-Château,
no final do século XIX. O historiador local René Descadeillas é o autor
da primeira obra historiográfica sobre as mistificações em torno de Rennes-le-Château,
Mythologie du trésor de Rennes. De forma clara, o autor explica como Gérard de
Sède e Pierre Plantard começaram a montar o "dossiê"
Rennes-le-Château, composto sobretudo de recortes e colagens que misturavam
pessoas e factos reais com ficção e fantasia: Em 1965, apareceu na região uma
personagem que não estávamos acostumados a encontrar. Era um jornalista, o
senhor de Sède. Ele vinha de Paris. Era conhecido por ter, dois anos mais cedo,
publicado na editora Julliard um livro, «Les Templiers Sont Parmi Nous», onde
ele se tinha esforçado por demonstrar que os Templários, prevendo a interdição
da sua ordem, teriam escondido os seus imensos bens no castelo de Gisors, no
Vexin. Numa tarde de Março de 1966, ele chegou a Carcassonne depois de uma paragem
em Villarzel-du-Razès onde lhe teriam negado, dizia ele, o acesso à biblioteca
do falecido padre Courtauly. De que vinha ele à procura? Segundo ele, o padre
Courtauly, falecido em 1964, possuía obras raras, nomeadamente uma obra de
Stüblein, «Pierres gravées du Languedoc» , indispensável a quem quer que
tentasse penetrar no mistério de Rennes. Uma olhada na «Bibliographie de
l'Aude», do padre Sabarthès: a obra em questão não figurava nem sob a
assinatura de Stüblein, nem sob qualquer outra. O senhor
de Sède possuía também fotocópias de dois documentos estranhos pela sua
disposição e pela sua grafia: eram reproduções dos pergaminhos descobertos
pelo padre Saunière quando demolia o altar da sua igreja,onde teria
ele obtido os originais. Aparentemente, o autor desta série de
disparates tinha tentado imitar uma escrita da Idade Média. Mas a ficção
era tão grosseira e tão inapropriada que um estudante de primeiro ano não a
teria aceito. Foram submetidos à perspicácia do arquivista
departamental. Após algumas indagações, conseguiu obter uma
informação valiosa sobre estas obras: tanto a de Métraux como a de Lobineau
figuravam no Catálogo Geral da Biblioteca Francesa . A obra de Lobineau
figurava neste catálogo porque foi depositada na Biblioteca Nacional por Pierre
Plantard em 18 de Janeiro de 1964.
Não satisfeito, Descadeillas
pediu mais informações sobre a obra de Lobineau à Biblioteca Universitária de
Genebra, bem com à Biblioteca Municipal da cidade: nem um sinal de uma obra com
este título por Lobineau. A obra de Métraux, por outro lado, era bem real, mas
era sobre a cidade Suíça de Blanquefort, e não tinha nada a ver com
Rennes-le-Château. Faltava ainda determinar a origem da obra atribuída a
Stüblein, Pierres gravées du Languedoc, que teria pertencido a um tal padre
Courtauly, falecido em 1964. Descadeillas não
refere o nome de Plantard, e a razão é simples: escrevendo no início dos anos
setenta, precisamente no auge da mistificação do Priorado, o historiador não
desejara meter-se em problemas citando o nome de Plantard, mas é evidente que é
deste que se trata, porque Plantard apresentava-se como "Pierre Plantard
de Saint-Clair, descendente de Dagoberto II", por via de uma linhagem
dinástica falsificada que principiava no lendário príncipe merovíngio
Segisberto IV (séc. VII). Em 1989, Pierre Plantard, desgastado pela progressiva
divulgação em França da natureza fraudulenta da sua criação, decidiu negar a
teoria de que o Priorado de Sião dataria de 1099 e teria sido fundado por
Godofredo de Bulhão, mudando a data de fundação para o dia 17 de Janeiro de
1681. Segundo esta nova versão de Plantard, o Priorado teria sido criado nesta
data, em Rennes-le-Château, por Jean-Timoleon Negri d'Ables. Pierre Plantard
confessou perante a Justiça Francesa em 1993 ter criado esta sociedade com o objetivo de o
legitimar para o trono de França como descendente Merovíngio. Em 1982, Lincoln,
Baigent e Leigh, aproveitando a sugestão de Plantard e Chérisey de que os
Merovíngios descenderiam da Casa de David, fariam com a sua obra O Santo Graal
e a Linhagem Sagrada, a sugestão hipotética de que estes monarcas descenderiam
de Jesus Cristo. Ao saber desta hipótese, Plantard rejeitou-a publicamente na
comunicação social francesa, afirmando que os anglo-saxónicos se estavam a aproveitar
das suas teorias. Numerosos autores acrescentaram detalhes a este mito moderno,
mesmo após a revisão do mito em 1989 e a confissão de Plantard em 1993, criando
um entrecruzamento sem fim de contra-teorias. Umberto Eco, na sua novela de
1988 o Pêndulo de Foucault, satirizou o sistema de associação sem provas que
constitui o fundamento da sociedade secreta, e a forma de fazer a pseudo-história
que pode ser encontrada em tantas obras que se inspiraram na fraude do Priorado
e nas teorias de Lincoln, Baigent e Leigh.
O Priorado e os
Templários:
Segundo Plantard, os
Cavaleiros Templários e o Priorado de Sião seriam duas facetas de uma mesma organização:
a primeira pública e a última secreta. Plantard afirmava que a Igreja Católica
tinha traído os Merovíngios ao legitimar a dinastia carolíngia. Segundo
Plantard, o Priorado teria como missão proteger os descendentes da dinastia
merovíngia, organizando-se contra a Igreja Católica. Os descendentes
merovíngios estiveram sempre na base de todas as heresias, desde o arianismo,
passando pelos cátaros e pelos templários até o franco-maçonaria. Segundo
Plantard, em 1188 o Priorado de Sião teria se separado dos Templários, passando
a operar às escondidas, que Plantard chamou a esta separação "corte do
olmo", tornando-se uma sociedade secreta da elite, enquanto os Templários
foram violentamente atacados pelo rei francês Filipe IV, o Belo e pelo Papa
Clemente V. Em 13 de Outubro de 1307, Filipe IV ordenou a prisão de todos os
Cavaleiros Templários. Este evento deu origem à superstição do azar nas
sextas-feiras 13. Na noite anterior à detenção, um número
desconhecido de Cavaleiros teria partido de França com dezoito navios
carregados com o lendário tesouro da Ordem. Uma parte desses navios teria
aportado na Escócia e os Templários teriam se fundido em outros movimentos,
fazendo sobreviver seus ideais ao longo dos séculos seguintes. Plantard tinha
várias razões para escolher o nome "Priorado de Sião" para a sua
organização. O seu fascínio pelo esoterista Paul Lecour, fundador do movimento
Atlantis, fizera-o entusiasmar-se pela sugestão de Lecour, que recomendara que
a juventude cristã francesa rejuvenescesse os ideais da Cavalaria, fundando
"priorados" regionais. Perto da casa de Plantard, em Annemasse,
ficava a colina do Monte-Sião, o que explica que Plantard chamasse ao seu
priorado o "Priorado de Sião". Mas Plantard sabia que, escolhendo
este nome, também ganharia a vantagem de poder aproveitar a história de
organizações mais antigas. Plantard escolheu datar a fundação do seu Priorado
de Sião em 1099, na Terra Santa, porque se inspirara na Abadia de Nossa Senhora
do Monte Sião, uma congregação monacal do século XI. O Priorado de Sião era
encabeçado por um Nautonnier, palavra francesa equivalente a Grão-Mestre na
língua portuguesa. Outro fato polêmico referente ao Priorado de Sião era a sua
liderança, que segundo Plantard seria conferida a grandes nomes da ciência e da
cultura mundial. A lista mais provável dos líderes do Priorado de Sião,
publicada por Plantard no documento Dossiers Secrets d'Henri Lobineau em 1967,
é a seguinte: Um documento posterior chamado Le Cercle d'Ulysse identifica
François Ducaud-Bourget, um padre católico tradicionalista que Plantard havia
caracterizado como o Grão-Mestre após a morte de Cocteau. Plantard é
posteriormente identificado como o próximo Grão-Mestre. Quando os supostos
segredos da sociedade foram tidos como uma conspiração por pesquisadores
franceses, Plantard manteve o silêncio. Durante a sua tentativa de recriar o
Priorado de Sião em 1989, Plantard procurou distanciar-se da primeira lista de
Grãos-Mestres e publicou uma segunda lista de Mestres.
Enfim Galera...Atualmente
O Código da Vinci, o romance mais popular de 2004, e os seus predecessores O
Segredo dos Templários de Lynn Picknett e Clive Prince, e O Santo Graal e a
Linhagem Sagrada, de Henry Lincoln, Michael Baigent e Richard Leigh, retomam todos
esses temas e constroem teorias de especulação. Estas obras, apesar de
populares, têm gerado fortes críticas por parte dos meios acadêmicos.
Descendentes de Jesus ou não, o Prieuré de Sion é considerada a seita mais
oculta e importante do Mundo Moderno. Vlw Galera ate.